Ilustração simbólica da alma humana, com Inteligência e Vontade guiando 11 remos das paixões. Inspirado na doutrina de Santo Tomás de Aquino.
A simbologia tomista nos ensina que a alma humana é como um barco navegando pelas águas do mundo em busca da Eternidade. Não foi feita para o conforto imediato, mas para alcançar um porto seguro eterno. Como todo barco, tem dois comandantes fundamentais: a Inteligência, que observa os astros e indica o caminho, e a Vontade, que dirige o leme com determinação.
A Inteligência é o vigia que precisa de silêncio e contemplação para interpretar corretamente os sinais dos céus. Sem descanso e espaço para observar, ela pode se confundir. A Vontade, o timoneiro, mesmo firme, pode se cansar. Seus braços são fortes, mas também precisam de repouso, pois remar contra as correntes do mundo pode exaurir até o mais resistente navegador.
As paixões são como remadores: necessárias, vivas e pulsantes. Quando ordenadas, impulsionam o barco em direção ao bem. Quando desordenadas, podem levar ao naufrágio interior. É preciso reconhecer e acolher cada paixão:
“Virtus est ordo amoris – A virtude é a ordem do amor.”
– Santo Agostinho
Para que a travessia seja segura, é necessária uma integração profunda entre a dimensão clínica, simbólica e espiritual. Essa integração permitirá que o barco da alma, mesmo diante das tempestades e calmarias da vida, mantenha seu rumo com clareza e força vital renovada.
A fase que agora iniciamos não é um mergulho solitário, mas uma jornada acompanhada por Deus, pela verdade, e pelo acolhimento integral do que somos. Nesta travessia, somos chamados a:
Inspirado em Santo Tomás de Aquino, especialmente na Suma Teológica, I-II, q. 22–48, onde ele classifica as 11 paixões da alma humana em torno do apetite sensitivo, dividido entre:
A Inteligência e a Vontade são, segundo o Doutor Angélico, as potências superiores da alma racional, ordenadas ao conhecimento da verdade e à realização do bem. Elas devem governar as paixões, não para suprimi-las, mas para ordená-las à virtude.
“A alma é, de certo modo, todas as coisas.”
— Suma Teológica, I, q. 75, a. 2